Newsletter - 2025

Quando o Sol renasce, a Terra sussurra... Nós escutamos?


O novo Sol nasceu e, como um ato de amor, a Terra sussurrou mais uma vez sua sabedoria neste Inti Raymi, o solstício de inverno. A escutamos em milhares de vozes, de companheiros, flores, pássaros, ondas, vento, chuva, luz, junto a todos os povos que celebram este novo ciclo.

O Inti Raymi é uma celebração solar e é uma oportunidade de receber a luz, bem como contemplar sua ausência com sobriedade. O solstício de inverno nos convida a mergulhar no coração fértil e escuro, onde toda a luz se gesta. Esta é a hora da descida ao mais íntimo, onde habita a voz de Pachamama.

“No princípio era o Verbo”, dizem alguns, mas os andinos sabem que, antes da palavra, foi o Raio: aquele que divide o céu e fecunda a terra. E hoje, esse mesmo raio procura você... para lembrá-lo de quem você é.

Você já sentiu aquele calor que nasce no peito quando o primeiro raio do amanhecer acaricia seu rosto?


Viemos aqui unidos

Propor uma revolução

Mas uma luta sem armas

Ditada pelo Coração

(Verso estilo cordel recitado durante apresentação dos clãs)



Uma imagem, dentre as muitas que marcaram o nosso Inti Raymi, uma particularmente me tocou.

A oferenda andina (pago) sendo conduzida com uma mama e maestra e, no seu colo, o filho, que não por acaso se chama Salvador.

A força do feminino que está em toda a Vida, lembrava-nos com aquela imagem, as demandas do novo tempo, assentadas em valores femininos de cuidado, fertilidade, acolhimento e amor incondicional.

O pequeno Salvador, com sua inocência e um caminhar aberto a todas as possibilidades, soprava que o masculino que nos guia há milhares de anos deve aprender com o princípio feminino para sustentar a vida no planeta, que nunca esteve tão ameaçada como agora.

Os nascimentos, iniciação de aspirantes e discípulos e as apresentações dos clãs apontaram para o que nós sonhamos enquanto Nación Pachamama, para que a Vida prevaleça em plenitude, guiada pelo Amor em Liberdade.

Os guias e mestres mostraram o jeito inclusivo andino de dançar com várias percepções de espiritualidade e trabalho energético, sempre voltados para o despertar de um novo homem e uma nova mulher. E com leveza e bom humor, sem perder a profundidade das falas e sem perder a ternura... jamás.

Num ambiente muito simples, em meio à luxuriante Mata Atlântica e à beira do mar, dissemos SIM a um modo amoroso e fraterno de viver a vida com Consciência Pachamama, um modo de bem viver, encontrando o ponto justo entre o estado de alerta e abandono consciente à guiança da Vida, da nossa mamita.

O convite para esta semana é beber da influência do solstício, entrando em silêncio meditativo e procurando dentro de nós quais obstáculos precisamos vencer para dar um salto em relação à identificação de um mundo outro que queremos e sonhamos, com propósito e sentido, ancorado no plano divino, que os mestres conhecem e servem.

... E encontrar um momento do dia para fazer A Grande Invocação, sentindo cada palavra.


Acreditando no poder transformador

do Amor com o auxílio dos mestres da Hierarquia Divina,


Zulema Mendizabal

Inti Raymi

É o momento em que aquele que brilha no céu e aquele que arde em nosso peito se reconhecem. Como nos tempos de Pachacútec, quando o Inca ordenou que o mundo celebrasse este casamento sagrado:

– O Sol de Fora que amadurece os milharais;

– O Sol de Dentro que germina nossa essência.

Na certeza de que, ao dançar em Ayllu, algo em nosso peito se reordenará para sempre.

Para ouvir a voz de Pachamama, silenciamos não apenas o ruído do mundo, mas principalmente o da personalidade dispersa. Assim como o amante precisa de tempo e presença para encontrar sua amada, é necessário despojar-se do vício da vertigem interna para entrar em comunhão com Ela.

A devoção não é um ato pontual nem uma emoção passageira. É um ritmo de vida presente em cada respiração, em cada passo que damos sobre a Terra. É a Magia Planetária que nasce do compromisso diário com a consciência desperta, o serviço e o cuidado.

Dentre os muitos momentos que marcaram o maravilhoso Inti Raymi da Nación Pachamama, uma imagem particularmente tocou os corações: a oferenda andina (pago) sendo conduzida com uma mama e maestra e, no seu colo, o filho, que não por acaso se chama Salvador.

A força do feminino que está em toda a Vida, lembrava-nos com aquela imagem, as demandas do novo tempo, assentadas em valores femininos de cuidado, fertilidade, acolhimento e amor incondicional.

O pequeno Salvador, com sua inocência e um caminhar aberto a todas as possibilidades, soprava que o masculino que nos guia há milhares de anos deve aprender com o princípio feminino para sustentar a vida no planeta, que nunca esteve tão ameaçada como agora.

Ao abraçar estas energias complementares, não se trata de fazer muito, mas de fazer com sentido grupal. Porque a Mistika Viva é serviço: serviço à vida, ao equilíbrio, a todos os seres que são nossos companheiros nesta travessia, de todos os reinos. Este serviço nasce dentro de nós; encontramos-no no templo interior onde Ela nos espera.

Porém, estamos prontos para deixar que o Tayta Inti e nosso Sol interior se fundam em um único canto?

Aqui, nossa alma fragmentada se recompõe ao ritmo dos huaynos e das oferendas, nessa operação mágica chamada Animu Waqyay: o chamado que cura, que integra, que devolve o que foi perdido.

Cada Inti Raymi é único, não é apenas memória. É o fogo que acende o Sonqo Miski (o Coração Doce) e a porta que se abre para que a Graça inunde nosso ser: uma Oda de Luz a la Madre.

O Bom Viver não é um objetivo individual, mas uma forma de habitar a comunidade universal. Este novo ciclo pede-nos isso: reordenar as nossas prioridades e voltar a treinar a nossa atenção. Temos de aprender a parar, a contemplar, a não fazer.

Se não vivemos no cotidiano de forma concreta o amor que dizemos ter pela Pachamama, de que serve nosso discurso espiritual?

O convite agora é beber da influência do solstício, entrando em silêncio meditativo e procurando dentro de nós quais obstáculos precisamos vencer para dar um salto em direção ao mundo que queremos e sonhamos, com propósito e sentido, ancorado no plano de luz e amor.


Neste novo ciclo, te convidamos a orar não apenas com palavras, mas com atos cotidianos de disposição para que a vida te toque, te leve, te guie. Que cada dia comece com uma pergunta sagrada: como posso hoje devolver à Terra o amor que recebo?

Vamos juntos servir, criar milhares de iniciativas para o Dia de Pachamama, dia 1° de agosto, com confiança e alegria! Confia, coração! Aquele que se entrega a Ela sem reservas será levado pela mão até o Sagrado Coração da Vida.

E levaremos em nossas mãos e corações o “maná de Luz” e a força renovada para caminhar com alegria imparável.

“No solstício, o Sol exterior e o Sol interior se beijam... e desse encontro nasce a Esperança do Mundo.”


Venceremos!


Coluna Consciencia Pachamama

Brasil de Fato